Que treta de fase de vida esta. Onde parece que qualquer decisão tomada leva inexoravelmente a uma sentença de prisão perpétua.
A última vez que me senti assim foi provavelmente quando me disseram que
se queria alguma coisa da vida tinha de ir para a faculdade,
de preferência para medicina. And we all know how
that turned up. Não que alguma vez tenha ambicionado ser médica. Mas na verdade também nunca tive grandes aspirações. Nunca quis salvar o planeta. Nem lutei pela paz no mundo. Nem tão pouco pensei em acabar com a fome. Sempre fui demasiado egoísta para isso. Por isso é que faço tudo ao contrário: primeiro tenciono acabar com a
minha fome; depois talvez consiga alguma paz de espírito; e só então, quando já estiver bem cansada, sou capaz de começar a pensar em mais alguém que não eu.
Just kidding! Not really.
Isto tudo para dizer que quando é preciso tomar alguma decisão, daquelas que nos muda o curso de vida, sou uma pessoa
bastante incompetente.
A primeira coisa que faço é ir atrás do rebanho. Ok, todos os meus colegas vão para a área ciências eu também vou! Até gostava de desenho, mas dizem que ser artista não rende. Claro que quem me disse isto na altura, não devia era morar em Portugal, que todos sabem que para se ter sucesso por cá, quem não for
artista está bem tramado.
A escolha do curso da faculdade, seguiu
maisómenos a mesma regra do rebanho. Excluí uma série de hipóteses que não me interessavam, e como boa ovelha que sou e nem tinha nenhum interesse particular, siga de aderir à enfermagem, que parece que agora é o que está a dar. Se tanta gente vai,
it cant be that bad, right?
Yup,
that turned out great
too.
Pronto, agora é que é - pensei eu. Já que ser ovelha não funciona, desta vez vamos lá tentar usar os dois neurónios, para variar.
Pois bem,
encontro-me novamente numa encruzilhada. Agora não para decidir se quero ser cabeleireira ou fashion designer, mas sim para decidir o que fazer com algo que eu nunca quis ser. Porque para chegar à posição em que vou ser feliz com o que faço, ainda vai demorar um bom pedaço, e entretanto é bom que descubra o que fazer para lá chegar, com o mínimo de agonia possível.
Com certeza será também este o objectivo de toda a gente. Excepto aqueles que iniciam a vida profissional a fazerem o que gostam. Como eu te invejo, C!
Ou seria este o raciocínio lógico, se alguma vez os dois neurónios tivessem chegado a funcionar. Na verdade o ser ovelha devia ser algum mecanismo para me proteger da minha
capacidade natural para ser
estúpida. Se quando sigo as ideias dos outros não corre bem, quando sigo as minhas, não corre melhor. Com a oportunidade de ir trabalhar fora, com melhores condições de trabalho, com a oportunidade de escolher aquilo em que iria trabalhar e de sair de casa dos pais(!), o que é eu escolho? Invariavelmente, tudo ao contrário. Nada de ir trabalhar para fora, nada de fazer aquilo que gosto
(bem pelo contrário), nada de sair de casa dos pais.
Nada. E tudo o que me ocorre pensar é:
what-the-hell-was-I-thinking?!
I wasn't.
So much for my useless brain.
(...)
Depois disto, resta-me passar ao Plano B. Agora só tenho é de descobrir que plano milagroso é esse.
Sugestões?