domingo, setembro 23, 2007

A propósito dos Chocalhos...

Festival dos Caminhos da Transumância - Todos os anos, de 15 a 23 de Setembro, o Fundão acolhe o festival que a maioria reconhece por Chocalhos, sendo este destinado à celebração da transumância, ancestral prática da pastorícia, enquanto valor patrimonial de excelência, cruzando a música pastoril, os produtos locais, as paisagens, a realidade e os sonhos.

Este ano, fica então a fermentar o seguinte pensamento:

A via láctea é um rebanho de ovelhas luminosas.

Tal ideia fez acender-me na memória, de uma infância luminosa, um diálogo delicioso.
Diz o Pumba:
"- Timon...
- Que é?
- Alguma vez imaginaste o que serão aqueles pontos brilhantes lá em cima?
- Pumba, eu não imagino, eu sei!
- Ah! E o que são?
- São pirilampos! Pirilampos que ficaram colados àquela coisa grande azul escura.
- Ah!... Sempre pensei que fossem bolas de gás a arder a milhões de quilómetros daqui...
- Pumba, p’ra ti, tudo é gás.
- Simba, o que é que tu achas?
- Bom, eu não sei...
- Vamos, fala, fala, fala, Simba. Vá, nós já dissemos. Por favor.
- Alguém me disse uma vez: «do alto das estrelas os grandes reis do passado contemplam-nos».
- A sério? Queres dizer que um bando de reis mortos está a olhar lá de cima?"

sábado, setembro 15, 2007

Felicidade

do Lat. Felicitate
s. f.,
ventura;
bem-estar;
contentamento;
bom resultado, bom êxito;
dita;
qualidade ou estado de quem é feliz.


Hoje perguntei a um amigo se era feliz. Respondeu-me um redondo “não”, explicando que não tinha alegrias, limitando-se a pedir emprestados objectivos de outra pessoa qualquer, para continuar a existir. Fiquei a remoer o assunto.
Revejo-me um bocado naquela apatia com o mundo que o rodeia, na inércia pela vida e, quero desesperadamente provar-lhe que está errado.


Quando nos perguntam, ou nos perguntamos, se somos realmente felizes o que respondemos?

Aristóteles referiu que a felicidade se trata de algo que não depende de um elemento externo ou fugaz para nos fazer feliz, pois vive em nós, é parte constituinte daquilo que somos e que nos tornamos com o exercício da construção humana.
Para o cristianismo o guia para a felicidade é o encontro com Deus e com os demais.
Jean-Jacques Rousseau refere ser um estado permanente que não parece ter sido feito, aqui na terra, para o Homem. Tudo se transforma em nosso redor, não permitindo que coisa alguma permaneça constante. É por isso que todos os projectos de felicidade nesta vida são quimeras.

O nosso dia-a-dia é dirigido em termos de prazeres imediatos, sem sabermos as suas repercussões futuras e se nos trarão aquele sentimento que perdura. Vivemos num mundo com breves ápices de felicidade, onde a satisfação dos sentidos (hedoné) parece ter assumido o principal papel. Ao alcançar determinado objectivo proposto, atingimos um breve instante de prazer indescritível, mas o culminar desse objectivo só nós proporciona a verdadeira felicidade se procurarmos um outro, uma nova ilusão.
Muitos autores gostam de definir felicidade como sendo “a felicidade verdadeira”, em contraste à “falsa felicidade” que depende de factores externos e assenta na satisfação sensorial. Podemos contra-argumentar, dizendo que mesmo a felicidade efémera, que se rege pelo princípio do prazer, é verdadeira para quem a sente. E, mesmo que passageira, é eterna enquanto dura.

Mas então, onde reside o segredo da felicidade?

Chocolate quente numa noite quente.
Ficar triste por ter chegado ao fim de um livro.
Dançar.
Reencontrar um velho amigo.
Uma conversa inesperada até às 6 da matina.
Rir até me doer a barriga.
Acordar de manhã e ver que ainda tenho mais 5 minutos.
Um sorriso.
Andar à chuva.
Um casal de velhotes de mãos dadas.
Andar de carro pela noite dentro.
Fazer um novo amigo.
A antecipação de coisas boas.
Acordar de manhã com um bom dia!
Chocolate quente numa noite fria.
Dizer disparates.
Ter alguém que os ouça.
E que retribua.

Se isto não é ser feliz, não sei o que possa ser.

Smile though your heart is aching
Smile even though it's breaking
When there are clouds in the sky, you'll get by
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through for you

Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying?
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile

domingo, setembro 09, 2007

Deja vu

Disse alguém:
'A senhora que toma conta dos filhos da "Lynette" em Donas de Casa Desesperadas - a velhinha que guardava o marido morto na arca frigorífica - foi a doente em que "Dr. Burke" de Anatomia de Grey deixou uma toalha nos pulmões. O "George O'Malley" da mesma série já foi avistado nuns episódios do C.S.I.; enquanto que "Tom Scavo", o marido da mesma "Lynette", já foi operado pelos cirurgiões plásticos de Nip/Tuck. O inspector do FBI giraço de Ossos é o vampiro com alma de Angel. E a "Miranda" de Sexo e a Cidade já foi uma doente que gostava de estar doente em Dr.House. O "Richard Fish" da AllyMcBeal também já apareceu nas Donas de Casa Desesperadas, embora ninguém de Wisteria Lane tenha aparecido no gabinete de advogados de Boston. Mais alguém anda a ver séries a mais?'

É que o "Agente Kellerman" do Prison Break também já foi o marido de uma doente do "John Carter" em ER e ainda o médico pediatra na clínica privada que a "Addison" da Anatomia de Grey visitou em Los Angeles. Este mesmo pediatra contracena com A Juíza "Amy Gray", que na Anatomia de Grey faz o papel da psiquiatra "Violet Turner". E ainda há a Ally McBeal que é "Kitty Walker" em Brothers & Sisters e o "Eric Weiss" em Alias, que é agora "Matt Parkman", o polícia que lê o pensamento em Heroes. E o "Dexter" que fazia de gay em Six Feet Under.

Know what I mean?